A ideia da retrospectiva nasceu de um desejo do artista de mostrar alguns de seus trabalhos ainda inéditos à época, ou seja, nunca d’antes expostos, datados até o ano 2000, como os seus dois primeiros óleos negociados, o seu primeiro nu artístico posado e o conjunto dos quatro óleos que dão título a esta coletânea.
Sua produção envolve temáticas que variam de florais a retratos nas representações gráficas (o visível) de cada tela, propõe refletir sobre o que é intrínseco a elas (mas nem sempre visível nas mesmas) e vai da liberdade presa nas grades das casas onde vive grande parte da população brasileira ou na quase nudez proibida de ser mostrada, até a democracia limitada por força legal ou na esperança que esta mesma população destina ao legislativo a cada quatro anos.
Entretanto, como a
Esperança
trata-se de uma coletânea para uma exposição retrospectiva, Paulo Gobo resolve ampliá-la a cada nova série que produz, haja visto que novas ideias não lhe deixam de faltar e o tempo nunca deixa de passar.
Repensando a ideia original de forma a otimizar as intenções de agilidade na curadoria com a representação significativa de vida e obra do artista, esta retrospectiva passa a conter apenas desenhos e óleos ainda pertencentes ao acervo do mesmo, que convida visitantes e comunidade a refletirem sobre o alcance que a legislação – tanto proibitiva quanto permissiva – existente em diferentes lugares pode ter na vida das pessoas e o que se pode esperar de quem legisla ou virá a legislar no futuro.
Assim, por enquanto, além do óleo título e instalados complementos junto a alguns outros, três óleos e um desenho reportam visitantes à mostra “Fotografias”, quatro óleos e quatro desenhos lembram a série “Roda de Chimarrão”, quatro óleos e seis desenhos a série “Pessoas Trabalhando” e outros sete óleos a série “Éden”.