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Ter um de seus óleos tombado na Câmara dos Deputados é, para Paulo Gobo, a expressão do reconhecimento de um trabalho que, infelizmente, nem todo mundo considera. Muita gente ainda vive sob a égide do velho e hostil conceito de trabalho para o qual somente quem atua sob o sol e/ou dispende enorme esforço físico, “suando muito a camiseta” e cumprindo horário sem remuneração condizente é que trabalha e, o que é pior, faz apologias à ela.

A presente proposta nasce de um questionamento feito por alguém sobre o artista: “O que o Paulo faz?” “Ele pinta.” “Ele pinta paredes?” “Não, ele pinta telas. É um artista visual.” “Tá, mas, ele trabalha em que mesmo?”

Esta forma retrógrada de perceber e valorar o trabalho e a distribuição do trabalho no mundo do trabalho faz eco ao senso comum em detrimento do bom senso, pois implica desconsiderar, hostilizando até, o trabalho, a trabalhadora e o trabalhador que não a contemple.

Sabendo isso e pensando nisso, o artista produz a série

Pessoas Trabalhando

em óleo sobre tela, no afã de ponderar sobre estas questões do trabalho, sem, no entanto, furtar-se o dever de com ela problematizá-las ainda mais, afinal, todo trabalho é digno e, quem quer que o exerça também o faz com o intuito de pagar contas, contribuições, impostos, quitar possíveis dívidas e realizar sonhos.

Assim, Paulo opta por representar algumas dessas figuras humanas em ação, na forma palito, que julga condizente com a visão do senso comum que o provoca, arriscando ainda uma homenagem a todas as pessoas que trabalham, informal ou formalmente, invisível ou reconhecidamente, a qualquer tempo, situação de vida ou condição de temperatura e pressão.

Nesta homenagem, em que pese o ensaio filosófico de Albert Camus/1941 sobre o mito de Sísifo, o artista resgata uma versão da história que conhecera antes e busca representar, na gestante subindo a montanha com uma grande pedra nas costas – o “Sísifo” de sua interpretação – não apenas o “operário de hoje” com seus raros momentos de consciência sobre o absurdo de sua punição de carregar uma pedra montanha acima, mas toda e qualquer pessoa que trabalha.

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